segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Poemas irmãos

Escrevi dois poemas irmãos recentemente. Poemas baseados no verbo, escavadores de palavras. Postarei o "Achar" aqui e o "Torcer" no Nexo Grupal. Divirtam-se.

Achar

Acha-se aquilo que foi de um outro.
Outro que não lhe queria mais o objeto.
Objeto que agora se encontra suspenso.
Sem sua fagulha vital.
Objeto que não existe novamente
até que alguém o ache,
cercado por seu nada nebuloso,
por seu novelo desintegrado.
O objeto adormece, suicida-se, para uma cidade de vacuidade.
Desprende-se, porque a vida no invisível
não é monótona como a vida da vassalagem.
Aquilo que se perde procura isentar-se de seus posseiros.
Mas há aqueles que o acham
solteiro
pronto para uma nova simbiose,
virgem de comunhões rasuradas,
mas ainda viciado no destino da adesão.
Porque se se livra de uma porosa relação
quer também destronar um novo suserano,
a solidão.